Lendas

A Lenda das Pombinhas...

Foi Miguel de Rocha Carvalhaes quem doou as terras para as instalações do povoado, que hoje é o município de Ponta Grossa. Contam os antigos que, quando os fazendeiros dos Campos Gerais se reuniram para decidir o local da sede de povoação, onde ergueriam uma igrejinha sob a invocação da senhora Sant´Ana, não chegaram a um acordo, pois cada um queria que o lugar ficasse próximo a sua fazenda.

Assim sendo, de comum acordo, resolveram soltar dois pombos brancos com fitas vermelhas amarradas nas perninhas, e que, onde estes pousassem seria o local da igrejinha e o centro da nova povoação. Soltos os pombos, estes voaram para bem longe, e foram pousar sobre uma cruz, próxima de uma enorme figueira, na mais alta colina, junto ao caminho dos tropeiros. Ali foi então erguida modesta capela de madeira sob a invocação de Sant´Ana. E, ao seu redor formou-se a nova povoação de Ponta Grossa.


A Lenda de Tavarana...

Na antiga cidade de pedra composta por formações rochosas impares de arenito, o Parque de Vila Velha, vive um ser de grandeza peculiar.

Esse ser brinca entre as formações rochosas, defendendo Vila Velha como seu lar. Amigo da fauna e da flora lá existente protege cada planta e animal daquele habitat.

Contam os antigos da região que esse ser carismático os protege, e que é um amigo para todas as horas. Mesmo que o perigo se apresente nas crateras profundas de furnas, de um tamanho indescritível, o ser se arisca e salva seja quem for. E sempre que pode chama seus amiguinhos para se banharem na Lagoa Dourada. As brincadeiras tornam o banho divertido e prazeroso. Esse ser amigo foi batizado pelos habitantes do parque de Tavarana.

Tavarana vive até os dias de hoje no Parque de Vila Velha entre os rochedos arenosos e as crateras de Furnas, tendo a paz da Lagoa Dourada como refugio. Mas raramente é visto pelos visitantes do parque, por já ter escorregado entre as formações ao tentar salvar um casal em perigo, que subiu sem permissão nas formações rochosas. Essa aventura deixou uma marca no parque, que é conhecida como a pedra suspensa, pois assim foi colocada pelo Tavarana entre duas formações arenosas para que o casal pudesse salvar-se do perigo eminente de saltar entre as formações.

Neste local, onde o ser escorregou no chão liso e foi avistado pelo casal. A aparência de Tavarana deixou o casal perplexo, que com sentimentos de medo e gratidão deixaram o parque contando a todos o ocorrido. Muitos visitantes vão ao Parque de Vila Velha na tentativa de ver Tavarana, mas todas as tentativas são em vão, já que ele se esconde, afugentado por saber que sua aparência não agradaria essas pessoas.
 

A Lenda de Vila Velha...


Os arenitos de Vila Velha, um dos mais importantes atrativos turísticos dos Campos Gerais, fazem parte do Parque Estadual de Vila Velha, que está situado no município de Ponta Grossa.

Segundo as explicações geológicas, os arenitos teriam começado a se formar há mais de 400 milhões de anos, no período devoniano. Assim, ao longo do tempo os fenômenos geológicos, climáticos e fatores químicos ajudaram a moldar os arenitos que hoje existem no local. Mas, para além das explicações científicas, há também os contos e lendas, que também procuram explicar a origem dos arenitos.

Uma das lendas de Ponta Grossa narra que a região de Vila Velha havia sido escolhida para ser a terra dos homens e ali se escondia um rico tesouro, que estava sob a proteção do deus Tupã. Tupã por sua vez, escolhia guerreiros valorosos, pertencentes à tribo dos Apiabas, para guardar o local, embelezá-lo e torná-lo um imenso jardim. Porém, esses não podiam ter contato com mulheres, pois havia o perigo delas revelarem o segredo do tesouro aos inimigos.

Em um dado momento, Duhí foi escolhido para ser o grande chefe, pois desde pequeno havia sido preparado para tal missão. No entanto, o jovem não concordava em ser celibatário. As tribos rivais ao saberem disso, enviaram ao guerreiro uma linda moça, Aracê Poranga, que deveria seduzi-lo e conseguir o segredo do tesouro.

Aurora Bonita (como também é conhecida a bela jovem), em uma agradável tarde de primavera, prepara um licor de butiás com o intuito de embebedar Duhí. No entanto, os dois se amam e se apaixonam perdidamente, trazendo sobre si e sobre os habitantes da região a fúria divina. O deus Tupã para vingar-se desencadeia um terremoto, que transformou a terra de Vila Velha em pedra, na língua indígena, Itacueretaba. Além disso, os amantes foram petrificados, ficando ao lado da taça de pedra, e o tesouro foi fundido, transformando-se em uma lagoa, a conhecida Lagoa Dourada que, quando o sol bate, faz refletir o brilho do ouro.


A Lenda da Gralha Azul...

Era madrugada, o sol não demoraria a nascer e a gralha ainda estava acomodada no galho amigo onde dormira à noite, quando ouviu a batida aguda do machado e o gemido surdo do pinheiro.
 
Lá estava o machadeiro golpeando a árvore para transformá-la em tábuas. Quantos anos levou a natureza para que o pinheiro atingisse aquele porte majestoso e agora, em poucas horas, estaria estendido no solo, desgalhado e pronto para entrar na serralheria do grotão.
 
A gralha acordou. As pancadas repetidas pareciam repercutir em seu coração. Num momento de desespero e simpatia, partiu em vôo vertical, subiu muito além das nuvens para não ouvir mais os estertores do pinheiro amigo. Lá nas alturas, escutou uma voz cheia de ternura: - Ainda bem que as aves se revoltam com as dores alheias.
A gralha subiu ainda mais, na imensidão. Novamente a mesma voz a ela se dirigiu: - Volte avezinha bondosa, vai novamente para os pinheirais. De hoje em diante, Eu a vestirei de azul, da cor deste céu e, ao voltar ao Paraná, você vai ser minha ajudante, vai plantar os pinheirais. O pinheiro é o símbolo da fraternidade. Ao comer o pinhão, tira-lhe primeiramente a cabeça, para depois, a bicadas, abrir-lhe a casca. Nunca esquece de antes de terminar o seu repasto, enterrar alguns pinhões com a ponta para cima, já sem cabeça, para que a podridão não destrua o novo pinheiro que dali nascerá. E os pinheiros vão nascendo. "Do pinheiro nasce a pinha, da pinha nasce o pinhão... Pinhão que alegra nossas festas, onde o regozijo barulhento é como um bando de gralhas azuis matracando nos galhos altaneiros dos pinheirais do Paraná. Seus galhos são braços abertos, permanentemente abertos, repetindo às auras que o embalam o meu convite eterno: Vinde a mim todos..."
 
A gralha por uns instantes atingiu as alturas. Que surpresa! Onde seus olhos conseguiam ver o seu próprio corpo, observou que estava todo azul. Somente ao redor da cabeça, onde não enxergava, continuou preto. Sim preto, porque ela é um corvídeo.
 
Ao ver a beleza de suas penas da cor do céu, voltou célere para os pinheirais. Tão alegre ficou que seu canto passou a ser um verdadeiro alarido que mais parece com vozes de crianças brincando. A gralha azul voltou. Alegre e feliz iniciou seu trabalho de ajudante celeste.


A Lenda Olho D'água São João Maria...

O Olho D’Água São João Maria fica na Rua Almirante
Wandenkok, próximo a Avenida Afonso Celso.
A fonte recebe esse nome devido ao peregrino e Monge João Maria.
Dizem os moradores do local que a água tem poderes milagrosos.

Foto: Maykon Lammerhirt
O monge João Maria faz parte do imaginário de comunidades de várias regiões do Paraná. Era um homem que peregrinava pelo interior paranaense, morava junto à natureza, realizava pregações e milagre. Em Ponta Grossa, apareceu no bairro Uvaranas. Vivia no local conhecido até hoje como “Olho d’água São João Maria”.
Era uma pessoa de boa índole, mas certo dia estava fazendo sua refeição quando alguns meninos que por ali passava, começaram a atirar-lhe pedras. O monge ficou furioso, reagiu e revidou o ataque com seu bordão, correndo atrás deles. Ouvindo gritos, as mães correram para defender seus rebentos que estavam gritando com o velho, e este zangado amaldiçoava a todos, olhando para seus casarios, dizendo em altos brados:
 
“Terra de gente ruim, um dia, quando as casas forem muito altas, o vento será tão forte que irá derrubar tudo, não deixando nada em pé. Vocês haverão de ver.”
 
E logo depois houve uma grande tormenta de vento, pedras e chuva, que destruiu tudo. Entretanto, essa tormenta não atingiu o monge, que estava sentado debaixo de uma árvore, no local onde hoje é o “Olho d’água São João Maria”. De onde o monge sumiu e ninguém sabe para onde foi.

 
A Lenda do Tesouro do Capão da Onça...

Capão da Onça é um local situado em uma propriedade particular, a leste de Ponta Grossa, que recebeu esse nome em virtude de uma onça que foi aí caçada em épocas remotas. O local é cenário da lenda do Tesouro do Capão da Onça, que conta a história de um jovem lavrador polonês em busca de um tesouro enterrado por um padre fantasma.

Nas terras do Capão do Onça, muitos são os contos fantásticos de riquezas e assombrações. Há quem diga, inclusive, que carroceiros e boiadeiros evitam dormir por essas proximidades, pois muitos dos que se arriscavam eram bruscamente despertados com pedradas, toques de sinos e gritos angustiosos. Outros juram, até mesmo, terem visto um padre magro e pálido que desaparecia após fazer sinais.

Foi nesse lugar assombrado que, há alguns anos na então fazenda do coronel Jordão Ribas da Silva, o pobre lavrador polonês escutou os chamados do sacerdote, que lhe disse com doçura: “meu filho, tem um tesouro enterrado e te escolhi para o herdares. Acompanha-me”. Tomando as mãos do jovem, o padre fantasma lhe recomendou que ali cavasse e então ficasse com o ouro escondido pelos jesuítas de outrora.

Na esperança de encontrar o conforto que a vida sempre lhe negara, o pobre polonês partiu radiante para casa em busca de ferramentas que o ajudassem a desenterrar o ouro precioso. Com uma pá e já pensando no que faria como a bela fortuna, o jovem logo retornou hesitando, porém, se aquele seria realmente o lugar indicado pelo fantasma.

Sem muita certeza, o lavrador cavou, cavou sem que o loiro e precioso metal aparecesse para lhe dar uma vida melhor. Após novas e incessantes escavações, tudo havia sido inútil. Profundamente abalado, mas seguro da estranha aparição do padre e de suas palavras, o jovem perdeu o senso de humor e o juízo.

Depois dele, várias outras pessoas, em diferentes épocas, continuam a buscar o tesouro do Capão da Onça. É por essa busca que o lugar é hoje um dos mais procurados pela população e um dos mais atraentes para os turistas.

Fonte: CARNEIRO JR. Renato A. - Lendas e contos populares do Paraná; Prefeitura Municipal de Ponta Grossa

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